Divulgação das actividades realizadas na Câmara Municipal de Beja - Divisão dos Serviços Urbanos

Divulgação das actividades realizadas no Serviço de Saúde Pública do Centro de Saúde de Moura (Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, EPE)

domingo, 10 de julho de 2011

Mais uma etapa que chega ao fim

Foram quinze semanas de trabalho, nunca esquecendo os momentos de diversão, que me fizeram crescer não só a nível profissional, mas também a nível pessoal.
Muitas actividades se realizaram, algumas dificuldades foram encontradas e felizmente ultrapassadas, muitas dúvidas esclarecidas, muita informação disponibilizada, um óptimo acompanhamento durante este tempo, e tudo graças á disponibilidade da Técnica de Saúde Ambiental Ana Mafalda Franco, que desde o inicio se disponibilizou para nos receber e nos acompanhou da melhor forma possível.
Durante todo este tempo e através do contacto com diferentes clientes, aprendi que é bastante importante a forma como lidamos com cada pessoa, e que a mudança de comportamentos é um processo bastante complexo, principalmente nos clientes menos receptivos à nossa presença.
Um MUITO OBRIGADA a todos os que contribuíram para que este estágio corresse tão bem. Ao Professor Rogério Nunes que nos acompanhou durante o estágio, à Técnica de Saúde Ambiental Ana Mafalda Franco que nos recebeu e nos fez “crescer” durante todo este tempo com a sua disponibilidade e dedicação. À Enfermeira Edite Ramos, à Doutora Ana, à Doutora Bárbara, à Doutora Isabel Galvão, que contribuíram para a realização deste estágio e por outro lado pelos momentos de convívio e diversão que nos proporcionaram e tornaram este estágio ainda mais agradável. À Coordenadora do Centro de Saúde que permitiu a nossa presença, e claro às minhas duas colegas que me acompanharam durante este tempo, que tornaram as nossas viagens e almoços diários sempre muito divertidos e agradáveis.

Sem vocês estes meses espectaculares não teriam sido possíveis, e só de pensar que para a semana já não estarei a caminho de Moura já sinto saudades!!
OBRIGADA a todos por estes três meses fantásticos que me proporcionaram J

"Tudo que é bom dura o tempo necessário para ser inesquecível." Clarice Lispector

Décima Quinta Semana

Chegamos então ao fim deste estágio, com a realização da Décima Quinta Semana, maioritariamente constituída por Vistorias de Vigilância Sanitária.
·         Vigilância Sanitária
Realizaram-se três vistorias para verificação das condições de higiene, segurança e saúde, para vigilância sanitária, num estabelecimento de bebidas e em dois estabelecimentos de turismo rural.
- Estabelecimento de bebidas
Neste estabelecimento, apesar de estar licenciado como estabelecimento de bebidas, os donos têm como objectivo adoptar a licença para restauração e efectuam petiscos para venda ao público. Sendo apenas licenciado para bebidas, as únicas refeições que estão autorizados a realizar são apenas refeições pré-confeccionadas.
Verificaram-se alguns aspectos que carecem de modificação:
ü  A instalação sanitária dos trabalhadores está localizada no armazém dos produtos alimentares;
ü  Na cozinha existem equipamentos que não se encontram localizados de baixo do equipamento de exaustão;
ü  Não possui máquina de lavar loiça;
ü  Existem equipamentos que estão em contacto com os alimentos, de material não lavável e degradado;
ü  Os pertences pessoais encontram-se no balcão;
ü  São utilizados panos para tapar as chávenas do café;
ü  O extintor encontra-se obstruído;
ü  Existem medicamentos na zona de serviço;
ü  Os produtos de limpeza encontram-se armazenados juntamente com produtos alimentares.

Recomendações
A armazenagem de produtos de limpeza deve ser efectuada em compartimentos próprios, não comunicando directamente com os locais de trabalho. Deve possuir um bom sistema de ventilação e estar hermeticamente fechado, estando devidamente identificado (Decreto-Lei n.º 243/86 de 20 de Agosto);
As instalações sanitárias devem estar providas de dispositivos automáticos de secagem de mãos ou toalhas de papel individuais (Decreto-Lei n.º 243/86 de 20 de Agosto);
O trabalhador deve dispor de armários individuais, de forma a poder mudar de roupa sempre que haja essa necessidade, de acordo com a área disponível do estabelecimento (Decreto-Lei n.º 243/86 de 20 de Agosto);
As prateleiras, mesas, balcões e bancadas devem ser de material liso e resistente, lavável e impermeável, devendo ser evitado o uso de panos (Decreto-Lei n.º 243/86 de 20 de Agosto);
O estabelecimento deve possuir o equipamento, o mobiliário e os utensílios necessários ao tipo e às características do serviço que se destinam a prestar, devendo apresentar-se permanentemente limpos e arrumados (Decreto-Lei n.º 243/86 de 20 de Agosto);
As instalações do sector alimentar devem evitar a acumulação de sujidade, bem como possibilitar a aplicação de boas práticas de higiene, evitando a contaminação (Anexo II do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de Abril);
Os géneros alimentícios devem ser colocados em locais que impeçam o risco de contaminação (Anexo II do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de Abril);
Todos os utensílios, aparelhos e equipamentos devem ser fabricados com materiais adequados e mantidos em boas condições de arrumação e estado de conservação (Anexo II do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de Abril).

-Estabelecimento de Turismo Rural
No primeiro Estabelecimento de turismo rural, foram alvo de verificação a Adega, o Hotel e a Cozinha, onde foram verificados alguns aspectos que necessitam de modificação, apenas na cozinha:
ü Os circuitos não estão muito bem definidos;
ü Os garrafões de água encontram-se no chão perto de produtos de limpeza;
ü Existem alimentos congelados que não estão devidamente identificados.

Recomendações
Os equipamentos devem estar dispostos de maneira a evitar o cruzamento de alimentos crus, com alimentos já confeccionados, bem como evitar o cruzamento da loiça limpa com a loiça suja (Anexo II do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de Abril);
Os garrafões de água, sendo considerados produtos alimentares devem estar devidamente armazenados, de modo a evitar o contacto com o pavimento e possível contaminação (Anexo II do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de Abril);
Todos os alimentos congelados devem estar devidamente identificados (Anexo II do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de Abril).

-Estabelecimento Rural
O segundo estabelecimento rural é mais pequeno e apenas foram alvo de verificação o local onde estão localizados os quartos, a cozinha e o bar, onde se verificaram alguns aspectos negativos:
ü Existem garrafas de água em contacto com o pavimento no bar;
ü Na cozinha, existem equipamentos não laváveis e degradados;
ü As lâmpadas não estão protegidas;
ü São utilizados panos;
ü Os alimentos para consumo pessoal não estão devidamente identificados;
ü Existem produtos de limpeza na cozinha;
ü O local onde esta instalada a caldeira não possui ventilação.

Recomendações
Os produtos alimentares devem estar devidamente armazenados, evitando o contacto com o pavimento (Anexo II do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de Abril);
Todos os equipamentos que estejam em contacto com os alimentos devem ser laváveis de encontrar-se em boas condições de higiene (Anexo II do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de Abril);
As lâmpadas devem estar protegidas, para evitar a queda do vidro nos produtos alimentares em caso de quebra (Anexo II do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de Abril);
Deve-se evitar o uso de panos, uma vez que são de difícil higienização e adoptar o uso de material lavável, para facilitar a higienização (Anexo II do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de Abril);
Todos os alimentos para consumo próprio devem estar devidamente identificados (Anexo II do Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de Abril);
Todos os produtos ou equipamentos passíveis de libertar gases devem estar devidamente armazenados, num local próprio, devidamente identificado e ventilado (Decreto-Lei n.º 243/86 de 20 de Agosto).

·         Plano de Gestão de Resíduos
Durante esta semana deu-se continuidade à realização do Plano de Gestão dos Resíduos do Centro de Saúde de Moura.

A semana terminou com um almoço que contou com a presença do tutor de estágio Professor Rogério Nunes e o Professor Albino.
Um momento de descontracção e diversão para comemorar o fim desta etapa.

Continuação de um óptimo Domingo J

sábado, 9 de julho de 2011

Décima Quarta Semana

·         Colheitas de Água
Realizaram-se colheitas de água num Mercado, num Posto de Saúde, num Turismo Rural e numa piscina.

- Águas para Consumo Humano
Para a realização da colheita de águas para consumo humano é necessário ter em consideração os procedimentos presentes na  Recomendação ERSAR n.º 03/2010:

Preparação do processo de colheita das amostras:
ü  Seleccionar os pontos de amostragem a controlar, tendo em conta os previstos nos programas de controlo da qualidade da água aprovados pela autoridade competente (recorda-se que os pontos de amostragem devem ser as torneiras do consumidor normalmente utilizadas para o consumo humano ou os locais físicos onde é feita a entrega de água de uma entidade gestora a outra entidade gestora).
ü  Solicitar ao(s) laboratório(s) responsáveis pela realização dos ensaios analíticos as instruções escritas sobre as condições de colheita, de conservação, de transporte e de entrega das amostras no laboratório.
ü  Verificar se os frascos de colheita são os adequados aos parâmetros a analisar, tendo em conta as instruções do laboratório responsável pela realização dos ensaios analíticos.
ü  Verificar o tipo de etiquetas a utilizar na identificação dos frascos, de modo a garantir uma correcta identificação das amostras.
ü  Verificar as condições de transporte e os prazos de entrega das amostras no laboratório.
ü  Elaborar uma folha de registo da amostragem onde, no mínimo, conste a seguinte informação:
- Identificação da entidade gestora;
- Descrição do ponto de amostragem;
- Data e hora da colheita;
- Data e hora de entrega das amostras no laboratório;
- Registo dos resultados dos parâmetros analisados no local, nomeadamente do teor de desinfectante residual disponível, que deve ser efectuado no momento da colheita da amostra;
- Indicação dos parâmetros ou grupo de parâmetros a analisar na amostra;
- Identificação do técnico responsável pela colheita da amostra;
- Outros aspectos relevantes, tais como, a conservação da amostra, as condições ambientais, os acessórios adaptados à torneira e não retirados ou o estado de higiene no local.


Processo de colheita da amostra de água
Apesar de neste caso não terem sido realizadas colheitas para análise de metais, acho pertinente referir também esse procedimento, para se perceber a importância da diferença do tipo de colheitas.

ü  Em primeiro lugar, o técnico de amostragem, em articulação com o responsável da entidade gestora, deve verificar no local de colheita se as condições, nomeadamente local, data, turvação e cheiro da água, são as adequadas para efectuar a colheita de uma amostra de água representativa da água fornecida naquele momento pela entidade gestora, isto é, garantir que é colhida uma amostra de água da rede pública. Deve ter em atenção eventuais situações de misturas de água da rede pública com água de captações próprias do consumidor ou de rupturas na rede local que coloquem em causa a água fornecida. Se as condições não forem as adequadas, o técnico de amostragem deve registar a situação na folha de registo da amostragem e, em articulação com a entidade gestora, avaliar alternativas a esta colheita.
ü  O técnico deve avaliar visualmente o estado da torneira escolhida como ponto de amostragem. A torneira deve estar em condições normais de conservação e higiene, não levantando dúvidas sobre a sua utilização.
ü  Preferencialmente, deve-se escolher uma torneira de água fria.
ü  O técnico deve retirar (se possível) os acessórios externos e adaptados à torneira (mangueiras, filtros ou outras aplicações).
ü  Sem escoamento prévio, deve abrir a torneira e recolher o primeiro litro de água estagnada num frasco preparado para a análise de metais. Deve seguidamente fechar a torneira. Esta amostra, obrigatoriamente de 1 litro, deve ser para a análise do chumbo, níquel, e cobre na água estagnada nas torneiras do consumidor.
ü  Na colheita de amostras onde não se pretende analisar os metais chumbo, níquel e cobre esta fase não é necessária, procedendo de imediato à fase seguinte.
ü  Esta fase também não é necessária no caso das amostras colhidas nos locais físicos dos pontos de entrega da entidade gestora em alta, procedendo de imediato à fase seguinte.
ü  Deve desinfectar a torneira, preferencialmente por flamejamento ou, se não for possível, por outro método adequado (hipoclorito ou álcool etílico).
ü  No caso de torneiras com boca/terminação em plástico, deve limpar a boca da torneira com algodão embebido em álcool e, de seguida, mergulhar a boca da torneira em álcool durante 2 a 3 minutos.
ü  A desinfecção da torneira é necessária se pretende recolher amostra para análise dos parâmetros microbiológicos.
ü  Deve abrir a torneira, deixar escoar durante 5 a 10 segundos com fluxo máximo, reduzir o fluxo e deixar correr a água o tempo suficiente para eliminar a influência do desinfectante e da temperatura do flamejamento.
ü  Sem fechar a torneira, deve recolher, em primeiro lugar, a amostra em frasco estéril para a análise dos parâmetros microbiológicos, garantindo condições de assepsia.

ü  Para evitar contaminações, deve garantir que as mãos estão limpas ou são usadas luvas estéreis e que o frasco estéril só está aberto pelo período de tempo estritamente necessário para a recolha da amostra.
ü  De seguida, deve recolher as amostras para a análise dos restantes parâmetros, de acordo com as instruções dadas pelo laboratório responsável pelo respectivo controlo analítico.
ü  Se necessário, deve proceder à conservação das amostras de água, conforme as indicações dadas pelo laboratório (de acordo com as normas de ensaio a utilizar).
ü  Todos os frascos de colheita devem ser devidamente identificados, de modo a que sejam facilmente rastreáveis à folha de registo da amostragem.
ü  Por último, deve recolher a amostra para a determinação imediata, no local, do teor em desinfectante residual, o qual, de um modo geral, é o cloro residual.
ü  Deve registar o valor na folha de registo da amostragem, devendo ser este o valor a considerar nos dados da qualidade da água comunicados à ERSAR.
ü  Deve colocar os frascos das amostras em malas térmicas devidamente limpas e com acumuladores de frio, de modo a garantir a correcta refrigeração das amostras, até à entrega no laboratório. A quantidade de acumuladores de frio dependerá da duração do percurso até ao laboratório e da temperatura ambiente.

Para uma correcta colheita, sem factores que possam influenciar o resultado da análise, é necessário respeitar todos estes procedimentos.


- Piscina Pública
Para a realização das colheitas para amostragem microbiológica e físico-química é necessário:
ü  Frasco de vidro ou polietileno de capacidade adequada, esterilizado interior e exteriormente e contendo uma quantidade apropriada de um redutor (por exemplo, o tiossulfato de sódio)
ü  Frasco de polietileno de capacidade adequada, para amostras para análise química;
ü  Luvas descartáveis (uso único);
ü  Botas descartáveis ou calçado apropriado;
ü  Mala térmica;
ü  Termoacumuladores;
ü  Aparelho para determinação do residual de desinfectante;
ü  Termómetro;
ü  Material para diluição de amostras, nomeadamente provetas, pipetas, esguicho, água desmineralizada, etc.

ANÁLISE BACTERIOLÓGICA (o local de colheita deve ser junto ao rebordo interno, no ponto mais afastado da entrada de água na piscina):
- Superfície
ü  Colocar as luvas;
ü  Proceder à devida identificação da amostra (utilizar a etiqueta do frasco);
ü  Remover cuidadosamente a tampa do frasco esterilizado, junto à água, mantendo-o aproximadamente a 45 º.
Nota: A tampa deve ser conservada na mão, segurando-a com a parte inferior voltada para baixo.
ü  Encher o frasco executando pequenos movimentos circulares e lentos à superfície da água, com o cuidado de manter o frasco bem seguro na mão e sempre voltado para a frente.
Nota: O frasco não deve ser enchido completamente, assim como não deve ser enxaguado.
ü  Retirar o frasco e fechá-lo bem;
ü  Acondicionar o frasco em mala térmica a aproximadamente 4º C;
ü  O prazo que medeia entre a colheita e o início da análise não pode ultrapassar as 6 horas.

- Profundidade
ü  Prender as cordas do frasco de mergulho aos dispositivos da armação do frasco, mantendo este dentro da caixa de protecção, ou preparar outro tipo de equipamento, de acordo com as respectivas instruções.
ü  Retirar a tira de papel que impede a tampa de colar ao gargalo, sem tocar neste, caso se verifique a sua existência;
ü  Submergir o frasco à profundidade pretendida (cerca de meia altura da piscina);
ü  Accionar a corda de abertura do frasco;
ü  Depois de cheio, fechar o frasco e retirá-lo;
ü  Identificar o frasco e colocá-lo na caixa metálica;
ü  Colocar a caixa metálica contendo o frasco na mala térmica e transportá-los ao laboratório de imediato. O prazo máximo que medeia entre a colheita e o início da análise não pode ultrapassar as 6 horas. A temperatura deve ser mantida a 5 ± 3ºC;
ü A entrega das amostras no laboratório deve ser feita pelo técnico responsável pela colheita.


ANÁLISE QUÍMICA (o local de colheita deve ser junto a uma das saídas de água)
ü  As colheitas destinadas à análise química devem ser efectuadas seguindo os procedimentos preconizados para a colheita em profundidade destinada à análise bacteriológica
     Ou
ü  Calçar as luvas;
ü  Destapar o frasco na proximidade da água, conservando a tampa virada para baixo, sem a pousar no chão;
ü  Mergulhar o frasco em posição vertical a uma profundidade de cerca de 20 cm, inclinando-o para encher;
ü  Deslocar o frasco para a frente até ao seu enchimento. O frasco deverá ficar completamente cheio;
ü  Retirar o frasco, fechá-lo e identificá-lo;
ü  Colocar o frasco em mala térmica e transportá-lo ao laboratório de imediato. A temperatura deve ser mantida a 5 ± 3ºC.
ü A entrega das amostras no laboratório deve ser feita pelo técnico responsável pela colheita

·         Projecto de construção
Análise da planta da construção de uma padaria e posteriormente vistoria ao local, com indicação das recomendações necessárias para o bom funcionamento do estabelecimento, tanto a nível estrutural, como funcional.

·         Colheita de Ixodídeos
Realizou-se uma colheita de ixodídeos, comummente conhecidos como carraças. O objectivo da colheita seria apanhar carraças no seu habitat natural e no hospedeiro.
Esta colheita tem uma elevada importância pois hoje em dia “as alterações climáticas constituem uma nova categoria de perigo para a saúde pública, sendo actualmente incontestável o aquecimento global do planeta. Em Portugal, as projecções indicam que, nos próximos 50 anos, um em cada cinco dias poderá ter temperaturas superiores a 35ºC. Relativamente à precipitação, as projecções apontam para um clima mais seco, com um período húmido mais curto e mais intenso, seguido de uma época quente mais longa. Assim, prevê-se uma maior frequência de períodos de seca que afectará essencialmente a zona sul do País. Estas alterações da frequência e da intensidade dos fenómenos climáticos e meteorológicos extremos constituem um grave risco para a saúde humana, destacando-se os aumentos potenciais de mortes relacionadas com o calor, de doenças transmitidas pela água e pelos alimentos, de problemas relacionados com a poluição atmosférica e do risco de doenças transmitidas por vectores.
Para determinar a potencial incidência destas doenças, é necessário identificar e determinar a prevalência dos vectores. Factores como a temperatura, a chuva, os ventos, os ciclos de vida dos vectores, as flutuações sazonais nas populações de vectores, entre outros, são aspectos relevantes a ter em consideração.
Em Portugal, os ixodídeos já foram identificados como tendo capacidade vectorial para transmitir vários agentes etiológicos de doenças humanas tais como a febre escaro nodular, borreliose de Lyme, febre Q, tularémia, Ehrlichiose, Anaplasmose entre outras. Destas destacam-se essencialmente a febre escaro nodular e a borreliose de Lyme por terem um maior impacto na Saúde Pública”.

Para realizar esta colheita, foi utilizado um kit, composto por um lençol turco branco, uma pinça e tubos. Inicialmente o lençol é arrastado pelas ervas, e a cada cinco passos verifica-se se existe alguma carraça presa ao lençol. No caso de existir, a carraça é apanhada com a pinça e colocada num tubo com erva, para evitar que morra.       

A colheita não obteve um resultado muito positivo, pois só se conseguiu apanhar uma carraça no hospedeiro. Na minha opinião, esta colheita teria que ser feita algum tempo antes, no inicio do aparecimento destes ixodídeos, pois nesta altura já está muito calor e as plantas já se encontram muito secas, o que dificulta o encontro destes vectores. Este facto será um aspecto importante a ter em conta nas futuras colheitas, para que o resultado possa ser mais positivo.  

·         Colheita de Mosquitos Adultos e Imaturos

- Mosquitos Adultos
ü  Colheitas quinzenais de Maio a Outubro;
ü  Cada local de colheita deve ser georeferenciado, bem como determinada a temperatura e humidade ambientais;
ü  A captura de mosquitos adultos pode ser efectuada das seguintes formas: uso de armadilhas; aspiração de adultos em repouso (vegetação, habitação); aspiração sobre isco ou animal ou humano;
ü  Podem ser efectuadas duas (2ª e 3ª feiras) ou três colheitas (2ª,3ª e 4ª feiras) de mosquitos adultos, desde que a USP assegure que as mesmas cheguem as CEVDI impreterivelmente até sexta-feira;
ü  Cada boletim corresponde a uma colheita/uma armadilha/uma noite;
ü  Caso não sejam capturados mosquitos, quando colocadas as armadilhas, deverão ser enviados na mesma os boletins de colheita.

- Mosquitos Imaturos (Larvas)
ü  Colheitas quinzenais de Maio a Outubro;
ü  Cada local de colheita deve ser georeferenciado;
ü  A recolha de larvas pode ser efectuada com caço ou outros colectores (colheres, garrafas, etc);
ü  As colheitas de mosquitos imaturos devem ser efectuadas no último dia de campanha das colheitas de adultos;
ü  Cada boletim corresponde a uma colheita/um criadouro/uma campanha.

Após as colheitas:
ü  Colocar os mosquitos adultos em tubo bem rolhado, de forma a evitar humidade;
ü  Identificar os tubos com o número do respectivo boletim;
ü  Os mosquitos adultos e imaturos devem ser mantidos em condições de refrigeração até à sua expedição.

A colheita de mosquitos adultos realizada, foi efectuada com recurso à armadilha CDC light-trap, que possui uma luz atractiva para este tipo de vectores, colocada a 1,50m de altura, junto de um lago e protegida do vento.

·         Formação
Realizaram-se três acções de formação, duas no Lar Nossa Senhora da Conceição de Barrancos, onde a primeira sobre os malefícios do calor e as recomendações para os evitar, foi dirigida aos utentes e a formação sobre como prevenir os acidentes domésticos foi dirigida aos funcionários do Lar.
No Centro Social de Safara, uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) com centro de dia e apoio domiciliário, realizou-se a formação sobre os acidentes domésticos. Para esta formação analisaram-se os perigos de seis casas de utentes, para debater com as funcionárias quais os mais pertinentes de resolver.


Um óptimo Fim-de-Semana :)